ÃÛÑ¿´«Ã½

Arquivo para fevereiro 2008

Londres é verde até no leite

Neli Pereira | 16:14, segunda-feira, 25 fevereiro 2008

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Quando cheguei a Londres fiquei intrigada com as campanhas de reciclagem por aqui. Vinda de Curitiba, onde aprendi desde pequena distinguir o que era lixo do "lixo que não é lixo", sempre achei que as coisas estariam um pouco mais avançadas neste aspecto por aqui. Pois não estão. De acordo com os dados oficiais, os londrinos reciclam apenas 21% das 3.4 milhões de toneladas de lixo por ano.

No entanto, ser ecologicamente correto em Londres virou moda, quase de passarela. Na Grã-Bretanha, noiva casa de branco, mas, se quiser, tem um casamento “verde†– sem emissões de carbono, com papel reciclado, flores naturais e todos os adereços que não prejudicam o meio ambiente.

Outras opções verdes incluem as urnas biodegradáveis para guardar cinzas de cremações; os brinquedos das crianças feitos com produtos reciclados e os carrinhos de controle remoto que funcionam a base de água.

Mas o mais novo lançamento "verde" para compradores de produtos orgânicos e afins é o leite vendido em saquinhos plásticos. Isso mesmo, o nosso tradicional saquinho de leite (famoso por sempre furar nas sacolas ou nas prateleiras dos mercados) é a nova moda por aqui. E vem com uma jarrinha reciclável, anunciam os vendedores.

Apesar de não serem fabricados com material orgânico biodegradável, os saquinhos usam 75% menos plástico que as tradicionais garrafas e são mais fáceis de reciclar, o que por si só já torna a moda um tanto mais atraente.

Atraente o suficiente para conquistar os consumidores britânicos? Não se enganem. Os britânicos, que compram leite em embalagens de caixinha e garrafas de vidro ou plástico, já tentaram lançar os leites em saquinho na década de 70 e pararam logo em seguida pela baixa procura.

Há poucos meses, uma das redes de supermercados mais caras por aqui lançou novamente a idéia, agregando o valor "verde" e conseqüentemente fashion ao produto.

leite.jpg

Como já era de se esperar, a moda pegou. As vendas foram tão boas que os donos resolveram aumentar o número de lojas onde as embalagens são vendidas e pretendem aumentar a oferta.

Ao contrário do Brasil, no entanto, o leite em saquinho aqui é orgânico e mais caro que os outros.

Saquinhos de leite no Brasil nunca foram – nem saíram – de moda. Eles fazem parte da nossa lista de compras na padaria, junto com os (saudosos) pãezinhos.

Sempre suspeitei que, no Brasil, éramos verdes e não sabíamos. A suspeita agora pode ser confirmada, pelo menos aqui na Inglaterra.

Em meio a arranha-céus, as fazendas

Iracema Sodre | 14:48, sexta-feira, 22 fevereiro 2008

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A primeira que eu vi me pegou desprevenida. Eu estava fazendo uma caminhada do Parque de Greenwich (por onde passa o famoso meridiano que marca a longitude zero do nosso globo terrestre) até a região de Canary Wharf - o segundo maior centro financeiro e de negócios de Londres - quando me deparei com vacas, cavalos, carneiros, galinhas e até lhamas. Era a fazenda urbana de Mudchute. Urbana mesmo, bem no meio de uma das maiores metrópoles do mundo.

mudchute.jpg

Ali, ao lado de prédios que estão entre os mais altos da Europa, a comunidade local administra o parque, onde ficam os animais, e um centro eqüestre, além de organizar passeios escolares e receber visitantes, sem cobrar nada (mas aceitando doações, claro).

É um programa ótimo para quem, como eu, tem filhos pequenos. Melhor ainda porque há mais de 17 destas fazendas urbanas espalhadas por Londres, ou seja, grandes chances de haver uma razoavelmente perto de casa, se você mora na cidade. Em toda a Grã-Bretanha, são cerca de 60.

mudchute2.jpg

A pioneira foi a de Kentish Town, no norte de Londres, criada em 1972, que teve inspiração em fazendas holandesas voltadas para crianças e também no movimento de jardins comunitários que ganhou espaço nos Estados Unidos, nos anos 60.

O objetivo é nobre: permitir que pessoas essencialmente urbanas - os chamados ‘urbanóides’, como essa que vos escreve - que dificilmente visitariam zonas rurais, tenham a oportunidade de interagir com animais e plantações.

Os administradores das fazendinhas também querem que as crianças aprendam a ligar o que elas vêem durante a visita com o que chega a seus pratos em casa todos os dias, além de estimular o interesse pela preservação da natureza.

Uma aula, ao vivo, que certamente vale a pena.

A moda do 'Boyzilian'

Iracema Sodre | 15:50, quarta-feira, 20 fevereiro 2008

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A marca Brasil continua a ganhar espaço aqui no exterior. Mas dessa vez não há produto nem serviço sendo exportado. Simplesmente, o nome do nosso país é mais uma vez associado a uma conotação sexual/estética.

Seguindo a onda iniciada com a já famosa ‘Brazilian wax’, aquele tipo de depilação que não deixa quase nada para trás e caiu no gosto das estrangeiras (o método ganhou fãs entre as ricas e famosas e virou até verbete de dicionário britânico), agora parece que a técnica conquistou também o contingente masculino.

Mais uma vez, quem levantou a questão, talvez até sem querer, foi David Beckham.

1112_beckham_sp_lg.jpg (Foto publicitária)

O ex-galático e atual meio-campista do Los Angeles Galaxy estrelou uma campanha de roupas íntimas de um estilista famoso e a pose pouco sutil que estampou outdoors e páginas de revistas gerou a especulação sobre se ele tinha se rendido ao método de depilação louvado publicamente pela esposa, Victoria Beckham.

Se ele fez mesmo, não tenho idéia, mas o fato é que o ‘Boyzilian’ (o equivalente do Brazilian wax para o público masculino, como não podia deixar de ser) virou moda aqui por estas bandas.

Mereceu até matéria no prestigioso jornal The Guardian. Segundo a reportagem, a técnica faz sucesso entre gays e heterossexuais e há homens pagando até 120 libras - o equivalente a absurdos 410 reais - para se livrar dos pêlos íntimos no spa da Harrods, a chiquérrima loja de departamentos de Knightsbridge.

A dona de um salão especializado em depilação íntima de Upminster, no leste de Londres, disse ao Guardian que atende mais homens que mulheres: “Ele vêm de todas as classes sociais e profissões – contadores, banqueiros, professores, boxeadores, modelos – mas notei que a maioria dos meus clientes trabalha na construção civilâ€.

Com toda essa moda, fico eu aqui pensando...será que no Brasil os homens já se renderam também?

Iraque invade os cinemas

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Rogério Simões | 18:22, terça-feira, 19 fevereiro 2008

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haditha203.jpg
Recentemente escrevi aqui sobre livros que tratam da guerra no Iraque, analisando seus diferentes momentos e suas conseqüências para o mundo. Agora em 2008 o conflito chega com força total às telas de cinema, com várias produções abordando seus momentos mais dramáticos. Nos anos 70, o cinema esperou por anos, após o fim da Guerra do Vietnã, para poder abraçá-la. A guerra no Iraque ainda não acabou, pelo contrário, mas dessa vez o cinema preferiu agir antes. O resultado é a transformação em filmes, no estilo documentário, de três dos mais emblemáticos e trágicos episódios envolvendo a ocupação americana no Iraque.

O diretor americano Brian de Palma, conhecido por seus clássicos do suspense, escolheu o estupro e assassinato de uma jovem iraquiana de 14 anos em 2005, em Al-Mahmudiyah. No episódio, cinco soldados do Exército americano invadiram a casa de Abeer Hamza, que foi violentada e assassinada pelo grupo. Os soldados ainda mataram seus pais e sua irmã, de cinco anos de idade. De Palma reconstruiu o caso mesclando técnicas de documentário com elementos de ficção, o que resultou no excelente Redacted, que lhe valeu o prêmio de melhor diretor no Festival de Veneza. Mas a obra também provocou a ira de um grupo que a considerou um insulto às Forças Armadas americanas e criou o site , promovendo a hostilidade ao filme.

Em um trabalho semelhante ao de De Palma, o britânico recriou, em Battle for Haditha, a ação em que fuzileiros navais americanos mataram 24 civis iraquianos, incluindo mulheres e crianças. O caso (foto acima), ocorrido na cidade de Haditha também em 2005, foi inicialmente apresentado pelo comando das tropas dos Estados Unidos como um confronto entre soldados e insurgentes. Mas meses depois uma reportagem da revista revelou em detalhes o massacre. O filme de Broomfield leva essa realidade à grande tela. Em uma produção em que ex-fuzileiros americanos interpretaram seus colegas e sobreviventes do massacre viveram as vítimas, o horror da guerra no Iraque é exposto de forma poderosa e tocante.

Os personagens/soldados de Haditha têm uma imagem levemente mais positiva do que em Redacted, já que Broomfield defende a interpretação de que eles também são, de certa maneira, vítimas do conflito. Os comandantes, os chefes de governo, "os Bushes e Blairs" da vida é quem seriam os verdadeiros responsáveis, segundo disse o diretor em um recente debate em Londres. Ele ainda não sabe quando seu filme será lançado nos Estados Unidos ou mesmo se alguma distribuidora terá coragem em fazê-lo.

O terceiro episódio envolvendo atrocidades de soldados americanos no Iraque a chegar ao cinema, e certamente o mais famoso de todos, é o da prisão de Abu Ghraib. O diretor , que recebeu um Oscar em 2004 por Sob a Névoa da Guerra, aborda os abusos de prisioneiros iraquianos em Standard Operating Procedure, que ficou logo atrás de Tropa de Elite no Festival de Berlim. O trabalho de Morris parece estar sendo mais bem aceito pela indústria americana: produzido pela Sony Pictures, SOP será lançado em abril nos Estados Unidos.

O cinema de hoje parece não fugir da difícil tarefa de misturar jornalismo e arte para atingir um público muitas vezes cansado do noticiário diário. Para muitos, esse cinema engajado, inspirado em tragédias reais da política e das guerras, é uma alternativa a um jornalismo cansado e fragmentado. Outros podem argumentar que a leitura subjetiva de diretores de cinema acaba oferecendo versões nem sempre fiéis aos fatos. Mas é bom saber que nossa realidade atual, por mais cruel e violenta que seja, cada vez mais inspira diretores de cinema. Se a arte puder ajudar o jornalismo a decifrar o complexo mundo em que vivemos, o público só tem a agradecer.

Mídia vigiada, mas por quem?

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Edson Porto | 22:49, sexta-feira, 15 fevereiro 2008

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A primeira vez que ouvi a palavra ombudsman, a crítica pública ao trabalho da mídia no Brasil era uma raridade. E jornalistas e órgãos da grande imprensa raramente falavam uns dos outros. Eram raros também veículos especializados em fazer essa crítica, embora existissem.

Mas esses ainda eram os anos pré-internet. Hoje, não só cada vez mais publicações têm espaços formais para fazerem crítica ao jornalismo que praticam, como se espalham na web sites especializados, colunas, revistas e blogs que discutem, reportam e criticam a mídia.

Há críticas de todos os lados e para todos os gostos. Há também embates ruidosos. Atualmente a briga mais explosiva na rede ocorre entre o jornalista que por anos foi colunista de economia do jornal , e a revista . Vários dos sites especializados em jornalismo, como o da têm acompanhado de perto o embate.

Mas não escrevo para falar dessa disputa em si, mas sobre a proliferação da discussão sobre a mídia. Em princípio, um debate amplo e constante sobre a mídia e a produção jornalística só pode ser visto como algo positivo.

O trabalho jornalístico deve ser discutido, checado, estar aberto a criticas e ser o mais transparente possível.
Também só pode ser positiva a proliferação de fontes de informação sobre questões ligadas à imprensa e à qualidade do jornalismo. Quanto mais os consumidores e produtores discutirem, mais vão conseguir realizar e distinguir entre jornalismo de boa qualidade, que serve ao interesse público, e o de má qualidade.

Mas devo confessar que na maioria dos casos, com honrosas exceções (como é o caso do site ), a discussão que tenho visto é decepcionante. Boa parte se dá de maneira extremamente emocional e partidária. Não é difícil encontrar blogs que se especializaram em apontar como a imprensa persegue o governo ou outros que vão em direção oposta e enxergam apoio ao governo em todas as linhas.

Também não é raro encontrar acusações pessoais e um grande excesso de adjetivos e ataques infundados. Quase sempre, falta bom jornalismo cobrindo a produção jornalística.

Não tenho dúvida de que várias das iniciativas que estão aí são um avanço, mas me pergunto se essa discussão realmente chega a um grupo grande do público (e não fica apenas entre jornalistas) e se ela tem sido efetivamente útil para melhorar a qualidade do jornalismo brasileiro. Gostaria de acreditar que sim, mas acho que o debate no geral é superficial demais ou partidário demais para realmente produzir luz.

A grande dama do punk

Ilana Rehavia | 13:10, sexta-feira, 15 fevereiro 2008

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O desfile mais esperado da Semana de Moda de Londres não decepcionou. Vivienne Westwood, também conhecida como a “rainha do punkâ€, reuniu uma multidão que incluía celebridades e mostrou uma coleção formada por clássicos de seu estilo. vivienneplacar.jpgO desfile começou com um momento bem Westwood, quando a modelo apareceu vestindo calcinha e meias-arrastão, segurando um cartaz que pedia justiça para os prisioneiros de Guantánamo. A calcinha usada pela modelo, com os dizeres “Fair Trial My Arse†(“Julgamento Justo o Caramba, em tradução-livre e um pouco mais delicada), faz parte de uma campanha lançada por Westwood e pela marca de lingerie Agent Provocateur, que pertence ao filho da estilista.
E pelo jeito Westwood voltou para ficar, pelo menos com a Red Label, que é sua coleção mais acessível e que até agora não era mostrada em passarela. Ela continua mostrando sua Gold Label em Paris, mas o diretor da marca disse esperar que outros estilistas britânicos (como John Galliano e a marca Burberry) voltem à Semana de Moda de Londres, pelo menos com suas linhas secundárias.
Eu também espero!


Inbar Spector

Ilana Rehavia | 10:22, quinta-feira, 14 fevereiro 2008

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A Semana de moda de Londres é conhecida pela irreverência e inovação. inbar1.jpgTradicionalmente, novos talentos da moda britânica são revelados por aqui, e depois que ficam mais conhecidos passam a mostrar nas semanas de moda de Paris, Milão ou Nova York, consideradas mais comercialmente interessantes.
Dentro desse espírito de inovação, um dos meus desfiles preferidos até agora foi da estilista israelense Inbar Spector, que mostrou suas peças pela primeira vez em Londres.
A coleção chamou a atenção pelo contraste entre as formas dos vestidos – com saias estruturadas e corpetes – e os detalhes utilitários – como alças típicas de mochilas esportivas.
O desfile também inovou nos cabelos e maquiagens fortes. inbar2.jpgO único problema – provavelmente resultado da falta de dinheiro de alguns desfiles de estilistas iniciantes – foi o sapato grande demais para uma das modelos. A menina acabou tropeçando nas duas vezes que atravessou a passarela. Mas foi apenas um detalhe que não chegou a atrapalhar o belo desfile (mas provavelmente deixou a modelo bem irritada!).

(Fotos Anna Tran)

Basso & Brooke

Ilana Rehavia | 10:45, quarta-feira, 13 fevereiro 2008

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Basso & Brooke, a dupla formada pelo brasileiro Bruno Basso e pelo britânico Chris Brooke, fez nesta terça-feira mais um belo desfile.basso203outra.jpg
A dupla já faz parte do calendário tradicional da Semana de Moda de Londres, e o desfile desta estação foi realizado na mesma locação onde acontece, na quinta-feira, o aguardado desfile da rainha do punk Vivienne Westwood (a ÃÛÑ¿´«Ã½ Brasil estará lá e conta tudo!).
Voltando a Basso & Brooke, a coleção Outono/Inverno 2008 trouxe as características estampas gráficas da dupla, mas foi além. As estampas pareciam pular das roupas em efeitos tridimensionais, atingidos usando babados, bordados e outras texturas.
Além da criatividade de B&B, o desfile também atrai muita gente pelas recheadas “goody bags†(as sacolinhas com mimos que geralmente incluem maquiagem). O desfile de Basso & Brooke conta com o patrocínio da L'Oréal e a sacolinha continha uma seleção de produtos das marcas. Ao contrário de muitos desfiles, nesse a sacolinha é colocada em todas as fileiras (e não só na primeira e segunda), causando uma corrida do pessoal que tem convites para ficar em pé para ocupar os últimos assentos livres.

Geografia de Londres

Ilana Rehavia | 10:04, terça-feira, 12 fevereiro 2008

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A Semana de Moda de Londres é uma lição de geografia. As locações dos desfiles são literalmente espalhadas por toda a cidade. Um dia típico de quem cobre a semana pode começar no oeste de Londres, onde fica a tenda principal, em frente ao Museu de História Natural. O desfile seguinte pode ser do outro lado da cidade, em um galpão no leste de Londres. Em seguida, hora de cruzar a cidade de novo para um dos desfiles da mostra On/Off, que faz parte da Semana de Moda e usa como sede a National Gallery, no centro de Londres.
A organização da semana disponibiliza microônibus para a imprensa de deslocar de um canto para o outro. Mas, com dezenas de desfiles acontecendo fora do calendário oficial, os ônibus acabam não sendo sempre a melhor opção, e dá-lhe repórter correndo para pegar o metrô.

onibus.jpg

(A Museu de História Natural refletido em um dos ônibus da Semana de Moda de Londres)


Daily Rubbish

Ilana Rehavia | 10:08, segunda-feira, 11 fevereiro 2008

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Cada uma das principais semanas de modado mundo tem seu forte. Nova York é conhecida pelas linhas de pronta-entrega, Paris pela alta-costura, Milão pelas marcas clássicas e Londres pela irreverência e por revelar novos estilistas.rubbish.gif
Sendo assim, nada mais apropriado como a leitura diária da semana do que o jornal “Daily Rubbish†(ou “Lixo Diárioâ€, em tradução-livre). O jornal, publicado diariamente durante a semana de moda de Londres, é distribuído de graça nas locações dos principais desfiles. Os destaques são a coluna da modelo britânica Erin O’Connor, entrevistas com estilistas que mostram em Londres e a lista das melhores festas do dia. Tudo com uma pitada de humor classicamente britânico.
Para quem quiser conferir, o “Daily Rubbish†fica disponível na internet, no site da .

O seu poder …

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Edson Porto | 20:18, sexta-feira, 8 fevereiro 2008

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Enquanto empresas de comunicação estão discutindo o que fazer para não perder poder e relevância, já existe uma aceitação de que os meios tradicionais de mídia, mesmo nas suas encarnações eletrônicas, estão dividindo cada vez mais influência com os seus antigos consumidores.

E essa não é uma discussão apenas acadêmica. É o que fica claro no divulgado em janeiro pela , uma multinacional de relações públicas. O trabalho discute e busca entender para onde o poder de influência está migrando e de que forma é possível medi-lo.

Por trás dessa discussão está o debate nada virtual sobre como investir dinheiro e conseguir retorno para vender produtos, serviços e idéias no mundo das redes sociais.

No documento, os especialistas argumentam que ainda não existe um sistema confiável para medir influência e resultados nas diferentes ferramentas de sociabilidade eletrônica.

Para os autores, os primeiros padrões para medir essa influência e transformá-la em dinheiro nasceram com os blogs e, mesmo antes de se tornarem maduros, já precisam ser revistos.

Os especialistas dizem que nos últimos três anos o mundo das redes sociais evoluiu tanto, com ferramentas como o YouTube fazendo um enorme sucesso, que as referências que estavam sendo baseadas em medições de blogs deixaram de ser suficientes.

A discussão não é simples e os próprios autores dizem logo no começo que estão iniciando um debate e admitem que não existem hoje sistemas de medição e avaliação que sejam equivalentes aos que estão estabelecidos para as mídias tradicionais.

O debate já está reverberando na rede, em sites como o , e mostra o quão rapidamente o mundo da comunicação está mudando.

Arte de guerrilha

Ilana Rehavia | 16:10, terça-feira, 5 fevereiro 2008

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Já faz tempo que algo vem me intrigando no meu caminho da ÃÛÑ¿´«Ã½ para casa. Em cima dos pontos de ônibus, na rota que vai do centro de Londres para a região de Old Street, comecei a reparar no aparecimento de certos objetos não-identificados. Após dias de observação, percebi que se tratava de batatas coloridas com palitos espetados nelas. Isso mesmo. Em cada ponto de ônibus, uma batata de cor diferente. Que só pode ser vista por quem senta em cima no ônibus de dois andares.

potatoart.jpg

Após uma busca no Google, descobri que vários outros londrinos também estavam intrigados com a improvável exposição. Ninguém sabe direito do que se trata, e ninguém assumiu a autoria da chamada “arte de guerrilhaâ€. Mas as batatas continuam lá, há meses, um pequeno divertimento para quem se lembra de olhar pela janela do ônibus no caminho diário.
Coisas de Londres…

Carnaval brasileiro no frio de Londres

Rogério Simões | 14:15, terça-feira, 5 fevereiro 2008

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O Carnaval brasileiro segue conquistando admiradores na Grã-Bretanha. Não nas ruas, pois nesta época do ano o frio e a chuva gelada transformam as ruas do país em uma passarela nada apropriada para o samba. Mas bares brasileiros, que atraem cada vez mais ingleses com suas caipirinhas, coxinhas e shows de samba, vêm aproveitando o mês de fevereiro para lucrar com a famosa festa.

No Brasil eu nunca fui de pular Carnaval, podendo contar nos dedos de uma mão o total de vezes em que me deixei levar pelo espírito do samba, do frevo ou do axé. Nas redações de jornais em que trabalhei eu era o primeiro a me oferecer para fazer plantão nesta época do ano em troca de uns dias de folga na Semana Santa. Aqui em Londres, terra da música eletrônica e do rock, não poderia ser diferente, e eu nunca me importei muito com a nossa festa nacional.

Mas neste ano de 2008 eu resolvi experimentar. Convidado por amigos a conhecer a festa no bar , o mais famoso ponto de música e costumes brasileiros na capital britânica, no sábado, eu resolvi encarar uma noite de ritmos brasileiros em solo europeu. Foi uma experiência curiosa, a começar pela chegada ao local. Alertado por uma amiga de que se eu não chegasse antes das 19h30 poderia não conseguir entrar, eu me postei na fila do Guanabara às 19h20, horário em que muitos no Brasil ainda estariam terminando o prolongado almoço de sábado. Um pouco mais de atraso e minha noite estaria comprometida.

O frio cortante já sugeria uma noite diferente. Após 40 minutos de fila, consegui ser incluído na concorrida festa e recebi, como sinal de boas-vindas, uma máscara vermelha. A noite, chamada de Bal Masqué, tinha como trilha musical ritmos brasileiros dos mais diversos. De famosos sambas-enredo e marchinhas a Tim Maia, passando por Jorge Ben e Beth Carvalho, a música trazia um amplo leque de opções de canções brasileiras para todos os gostos. O serviço no bar também merece elogios. Um sinal a quase dois metros do bar era o suficiente para que uma bela e simpática brasileira, cheia de purpurina no rosto, reconhecesse em mim um brasileiro com sede e me trouxesse uma cerveja (Brahma) gelada. Ao seu lado, um eficiente barman atendia de dois a três fregueses ao mesmo tempo, coisa que não se vê num pub inglês, onde é um por vez, e todos têm de ser pacientes. Ponto para o atendimento bem brasileiro.

Mas a combinação dos espíritos brasileiro e britânico era mais nítida na pista de dança, lotada e animada a noite inteira. ÃÛÑ¿´«Ã½ns ingleses apenas dançavam. Já as inglesas dançavam e desviavam dos insistentes brasileiros que sonhavam em reproduzir no centro de Londres as ruas de Salvador, onde beijos na boca são parte integrante da festa. Os homens brasileiros dançavam, se frustravam ao ver que Londres não tem nada a ver com a Bahia e lotavam o bar. Mas, na minha opinião, quem se divertia mais eram as brasileiras. Ao contrário das inglesas, que não sabiam sambar e se assustavam com a abordagem dos latinos galanteadores, as garotas nacionais estavam muito mais à vontade, tanto dançando como dispensando cantadas indesejáveis. Se quisessem optar por um romance de Carnaval, podiam escolher entre o brasileiro extrovertido e o tímido inglês, pois ambos pareciam admirar seus passos e seus sorrisos no salão.

Ao final da noite, um jovem brasileiro demonstrava frustração com a falta de contato físico no Carnaval londrino. "As inglesas fogem de medo. As brasileiras, quando percebem que você também é brasileiro, te ignoram. Não está fácil." Mas de uma forma ou de outra a maioria parecia estar adorando a festa, mesmo durante um estranho show de uma drag queen, aplaudida como se fosse a própria Madonna. À 1h, quando dei por encerrado meu Carnaval, a fila na porta do Guanabara ainda dobrava a esquina. Londres não é o Rio nem Salvador. Mas aos poucos o Carnaval brasileiro vai achando seu espaço na cidade.

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