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Comida é o novo rock'n'roll?

Thomas Pappon | 2011-07-01, 16:38

Esse título não é meu, é de um excelente artigo da revista britânica Time Out dessa semana.

A razão do texto - o “gancho”, no jargão dos jornalistas – foi a primeira edição do , no fim de semana, em um parque aqui em Londres.

Trata-se de um festival de música e comida, cria do conhecido chef  Jamie Oliver.

Antes da fama, Oliver tocava em uma banda indie chamada Scarlet Division, em que tocava bateria e cuidava da alimentação da rapaziada.

A carreira de chef acabou se impondo, mas Oliver sempre permaneceu antenado em música e essa ligação acabou rendendo a ideia do Feastival.

“Onde mais você pode se entregar aos prazeres da comida deliciosa de alguns dos  melhores restaurantes de Londres por apenas 5 libras (R$ 12,5) o prato, enquanto curte os sons de verão de atrações de primeira linha?”, pergunta a apresentação do evento no seu site.

feastival.jpg

As “” são meia-boca – Charlatans, Mystery Jets, New Young Pony Club, Guillemots, Soul II Soul, The Bees, Athlete –, mas os , mesmo não estando entre os mais renomados, criam um leque formidável: world cuisine, cozinha britânica, hambúrgueres, vinhos, frutos do mar, espetos, coquetéis, etc.

Todos eles erguerão cozinhas “pop-up” no parque.

Acho a idéia ótima, um evento que permite uma experiência sensorial múltipla.

Já escrevi em outro post sobre a ligação entre música e culinária e acho que a Time Out acertou na mosca ao apontar paralelos entre a indústria da música e a cultura gastronômica. 

Eu acho que estes existem há tempos, mas só agora, graças à TV e à disseminação da fama dos chefs, é que ficaram mais evidentes.

Foodies idolatram restaurantes, chefs, cozinhas, estilos. Fãs cultuam bandas, discos, artistas, estilos. Se você é o que come, é também o que ouve.

Há vários paralelos nas técnicas de promoção de artistas e chefs, muitos se projetaram graças a uma imagem. Assim como no rock'n'roll, o mundo da alta cozinha tem o chef  bad boy (Marco Pierre White, Anthony Bourdain), o bom moço (Jamie Oliver), o hippie (Hugh Fearnley-Whittingstal)  e o intelectual (Heston Blumenthal).

E tem esse aspecto, bem lembrado pela Time Out: tanto um disco – uma coletânea do Al Green ou do Marvin Gaye, por exemplo –  quanto um bom jantar têm o poder de  conduzir uma noite a dois para os braços abertos do amor.

Esse novo rock'n'roll também está passando por uma pequena e ruidosa revolução, o "punk" do universo foodie. Mas isso fica para o próximo post.

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