Paulo Octávio renuncia ao governo do Distrito Federal
Alvo de processos de impeachment na Câmara Legislativa do Distrito Federal e acusado de participação em um suposto esquema de corrupção que ficou conhecido como 'Mensalão do DEM', o governador em exercÃcio do DF, Paulo Octávio, apresentou sua renúncia ao cargo nesta terça-feira.
Octávio enviou uma carta com sua renúncia à Câmara do DF pouco depois de ter pedido sua desfiliação do partido Democratas, cuja cúpula deveria se reunir na próxima quarta-feira para decidir sobre sua expulsão.
Na carta, que foi lida na Câmara do DF, Octávio afirma não ter conseguido o apoio necessário para continuar no governo e disse que "sai da cena polÃtica e me coloco nas fileiras da cidadania".
Com a renúncia de Octávio, que era o vice do governador afastado, José Roberto Arruda, preso no último dia 11 de fevereiro, quem assume o cargo, de acordo com a linha sucessória, é o presidente da Câmara Distrital, Wilson Lima, do PR.
O anúncio da renúncia acontece menos de uma semana depois de Octávio ter surpreendido analistas, aliados e rivais ao anunciar que permaneceria no governo do DF, apesar das dificuldades para conseguir apoio. Na ocasião, no entanto, ele já havia afirmado ter uma carta de renúncia pronta.
A renúncia de Octávio deixa ainda mais complicada a situação polÃtica do Distrito Federal e pode dar mais argumentos aos defensores de uma intervenção federal em BrasÃlia, que ainda deve ser analisada pelo Supremo Tribunal Federal.
Na próxima quinta-feira, o Supremo deve analisar um pedido de habeas corpus para o governador afastado do DF, José Roberto Arruda, que está preso preventivamente, acusado de tentar obstruir as investigações sobre o caso.