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O fim da dinastia

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Bruno Garcez | 2009-08-27, 21:09


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Quando eu era criança, recebi de presente de meus pais um livro intitulado Personalidades do Nosso Tempo, da editora Conhecer.

O livrinho trazia biografias de uma página de nomes da política, como Fidel Castro e Henry Kissinger, ou mesmo do esporte e da arte, como Pelé e Federico Fellini.

Mas havia uma honrosa exceção. Em vez do nome e sobrenome como na página de outros nomes famosos, esta trazia apenas um sobrenome: Os Kennedy.

A biografia começava, naturalmente, com a saga do patriarca, Joseph, o filho de irlandeses nascido em 1888 que se tornou um próspero homem de negócios e que, em sua vida política, chegou a flertar com o fascismo.

Mas depois se concentrava, como também seria de se esperar, nas trajetórias dos dois filhos mais ilustres, John e Robert, ambas encerradas de forma trágica.

''Os Kennedy'', como o livro bem escolheu em destacar, foram muito mais que John ou Robert.

Mas com a partida do filho mais novo do clã, Edward, se o mesmo livrinho fosse reimpresso hoje em dia, o nome da família mais famosa dos Estados Unidos de certo não ganharia mais o mesmo destaque.
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O senador Edward Kennedy, conhecido por todos como Ted, viu na trajetória política mais do que seu destino natural. Era um legado, um fardo, deixado por seus irmãos.

O patriarca Joseph havia escolhido o filho mais velho, Joe. Um dia, pensou o velho, esse garoto vai ser presidente dos Estados Unidos. O sonho acabou abortado, quando Joe morreu na Segunda Guerra Mundial.

Em segundo na linha sucessória, estava John, que conseguiu cumprir o sonho da família, até que tudo terminasse de forma trágica, em Dallas, em 1963.

O aspirante ao cetro e a coroa era agora Robert, cujo destino também terminaria em tragédia, quase que idêntica à que acometeu o irmão.

A 'tocha' agora estava nas mãos do filho mais novo de Joseph. O jovem Edward era um Kennedy, logo a ele só cabia seguir a linha sucessória.

Mas as aspirações do senador Kennedy acabaram numa noite de 1969, quando o carro em que viajava perdeu o controle e caiu de uma ponte em Chappaquiddick, Massachusetts.

Junto com ele, estava uma ex-ativista de campanha de seu irmão, Robert, que morreu nos destroços.

Ele escapou ileso do acidente, mas sua carreira e suas aspirações presidenciais foram abaladas para sempre. Talvez não sem razão, visto que o senador só informou as autoridades do ocorrido na manhã seguinte, alegando ter estado sob profundo traumao.

Ele voltaria a tentar a presidência uma única vez. Em 1980, desafiando o presidente Jimmy Carter, de seu próprio partido.

Sem dúvida, a empreitada de Kennedy prejudicou ainda mais um líder já enfraquecido pelo declínio econômico e pela crise dos refens com o Irã.

Mas para ele, na ocasião, o mais importante era aproveitar aquela que poderia ser sua última chance de cumprir o destino natural...dos Kennedy.

Curiosamente, durante uma entrevista feita na época, o senador se enrolou todo, ao tentar responder uma pergunta simples. Por que ele queria ser presidente?

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Anos depois, sua sobrinha, Caroline, a filha de John, quis ser senadora pelo Estado de Nova York.

Mas sua queda, em definitivo, ocorreu durante uma entrevista ao New York Times, quando perguntaram...o que fazia dela a melhor candidata na disputa.

Sua resposta foi hesitante, confusa.

Por uma razão simples. Para um Kennedy, não havia uma razão para querer chegar lá. Era pura e simplesmente o caminho natural. O destino.

Mas agora que Ted Kennedy não está mais entre nós, o sobrenome mais famoso dos Estados Unidos perdeu quase que todo o brilho.

De certo, o sobreonome seguirá ainda abrindo muitas portas. Mas as portas da Casa Branca parecem ter se fechado de vez para os Kennedy.

°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário

  • 1. à²õ 03:54 AM em 28 ago 2009, Alexandre escreveu:

    Eu admiro o clã, mas com muitos pés atrás. Não sei qual era a relação que tinham com a riqueza e a fama, mas uma das irmãs do John passou por uma lobotomia. Falava-se em leve retardo mental mas hoje o diagnóstico seria outro. Aliás, mesmo que fosse o tal do leve retardo mental, hoje não seria tratado com lobotomia. De modo que eu vejo o clã como altamente competitivo e treinado para a construção de redes de influência e de poder. E, uma irmã que não se encaixava em critérios de sucesso, foi simplesmente neutralizada.

  • 2. à²õ 03:43 PM em 04 mai 2010, Luís da Velosa escreveu:

    Interessante!... Eu sempre achei os "kennedys" degenerados, apenas. A começar pelo pai. Negociantes, especuladores de péssima reputação pertencentes à haute gomme. Somente para ficar por aqui.

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