Para não dizer que não falei de crise
Não tem como ignorar. A crise financeira mundial é grande, feia e séria.
Pelo menos é assim que a imprensa daqui tem tratado o fenômeno. Algumas manchetes são assustadoras. Quebradeira geral! Fim do livre mercado! Fim do capitalismo! E por aà vai.
Às vezes se tem a impressão de que não vai sobrar pedra sobre pedra. Não se sabe mais em quem acreditar, como medir a gravidade real do problema.
Uma coisa parece certa: não há como e onde se esconder dos efeitos da crise.
As reportagens na TV contam histórias que vão mostrando a paralisação gradual da economia e deixam todos tensos.
E não são somente histórias de desemprego em massa, como a demissão num só dia de mais de 4 mil funcionários do quebrado banco Lehman Brothers.
A crise ataca em efeito cascata e se dissemina pela sociedade de baixo para cima.
Na ultima década muito do crescimento da Grã-Bretanha foi atribuÃdo ao dinheiro que circulava pela City, o centro nervoso do mercado financeiro londrino, na forma de lucros enormes, salários generosos e bônus estratosféricos.
Aos poucos essa imensa fortuna era distribuÃda por outros setores, bancando a compra de casas, roupas, ingressos para shows, pagando a conta de restaurantes, bares, enfim, circulando e gerando emprego e riqueza.
Com a chegada da crise o clima mudou. Dizer numa festa que se trabalha na City deixou de gerar admiração. Agora dá pena. Ou a pessoa perdeu o emprego, ou pode perder a qualquer momento. Ninguém sabe o que vai acontecer.
Não sei se esse fenômeno é mais percebido numa cidade como Londres. Afinal a capital britânica é um dos principais centros financeiros mundiais.
O gigantesco volume de negócios que passa pela City faz com que o setor financeiro tenha uma participação na economia britânica maior do que em outros paÃses, tornando os efeitos de uma crise mais perceptÃveis.
Outro dia vi uma reportagem sobre um vendedor de flores que tem uma barraquinha no meio da City. O rapaz contava como as vendas tinham caÃdo dramaticamente com a crise e disse que não sabia quanto tempo mais poderia agüentar sem ter que mudar de ramo.
Cinicamente pensei que a situação atual deve ser mesmo séria e preocupante....afinal que crise é essa que não poupa nem o romantismo dos banqueiros?
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
Não poupa banqueiros ou funcionários? Afinal os banqueiros continuam imensamente ricos, quem perdeu foram os funcionários que acreditaram que esse cassino financeiro seria eterno. O capitalismo gera, essencialmente, sua crise. Não há crescimento contÃnuo e ascendente como querem crer, e fazerem os outros crerem tb, os positivistas de plantão. Mas, de vez em quando, a realidade irrompe nesse sonho de lost paradise dos economistas.
Ricardo,
Essa era uma crise anunciada, mas não havia como prever quando iria ocorrer. A bem verdade é que muitos bancos americanos e europeus não possuem liquidez sólida. Alguns bancos viviam dando palpite sobre o sistema financeiro brasileiro e estão aà quebrando. O problema é que muitos paÃses ficaram reféns dos investimentos externos e outro agravante foi a crise imobiliaria americana. Somados tudo isto o resultado é esta crise. Tenho certeza que é um perÃodo de ajuste, mas que pode durar algum tempo.
O melhor a fazer nesse momento é se precaver de alguma forma: digos os paÃses envolvidos.
Um forte abraço.
Genial, Ricardo.
Crise que vai para o pé da cadeia alimentar...
Ai eu digo,
"Ó e agora quem poderá nos defender?"
Pois é, se em London está sendo um choque imagina nos paÃses que ainda estão em desenvolvimento. Os páises de 1º mundo têm esses altos e baixos, mas saem das crises...