Desta vez, é Bagdá que está chamando
A guerra do Iraque não perdeu seu lugar nas manchetes durante a cobertura das eleições presidenciais americanas. Pelo contrário.
O futuro do conflito em território iraquiano é uma das grandes expectativas do governo de Obama e uma das principais discussões sobre as relações internacionais dos EUA sob a tutela do presidente eleito.
Nesse final de semana, no entanto, uma exposição em Londres me fez recordar do inÃcio da invasão americana no paÃs.
O centro cultural Barbican abriga, até 25 de janeiro, três exposições com a temática de guerra. Uma delas traz as fotos de guerra de Robert Capa, a outra uma retrospectiva de sua parceira, Gerda Taro, e a terceira, uma coletiva de diversos artistas sobre o tema.
Um deles, o holandês Geert van Kesteren, fotografou a população iraquiana logo após a invasão. As fotos revelam um pouco do caos em que se transformou a vida civil no paÃs, as valas comuns que de repente começaram a aparecer, as interrogações em Abu Ghraib e dura realidade pós-invasão.
No entanto, foi a série Baghdad Calling (Bagdá está chamando, em tradução literal), de 2006, que mais revelou a realidade dos iraquianos.
Depois de registrar o inÃcio da guerra, o fotógrafo foi à SÃria, Jordânia e Turquia para fotografar os refugiados e descobriu a importância das imagens feitas por eles com telefones celulares e enviadas à s famÃlias que permaneceram no Iraque.
Kesteren então reuniu diversas dessas fotos em uma grande série - um álbum de fotografias do que parece ser uma só famÃlia.
Apesar do apelo público das fotos de Capa, é a série de Kesteren que traz a realidade da guerra mais próxima e nos faz lembrar que, anos mais tarde, Bagdá continua chamando.