ѿý

Arquivo para janeiro 2008

Violência mapeada… e alta

Categorias dos posts:

Edson Porto | 18:58, terça-feira, 29 janeiro 2008

Comentários (6)

Nesta terça, o novo relatório da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla) mostrou como a violência está distribuída e – principalmente – concentrada no país. , 10% dos municípios do país concentram a maioria dos homicídios (73,3%).

O documento atualiza os dados que haviam sido apresentados no ano passado. O relatório de 2007 se baseava em dados coletados até 2004. O lançado nesta semana inclui dados até 2006.

Esse trabalho faz parte de um crescente detalhamento da violência no Brasil, o que é um dado positivo. A informação é um dos instrumentos fundamentais para combatê-la.

Ao menos em parte, a recente queda do número de homicídios em cidades como São Paulo tem sido atribuída ao uso de informação por parte da polícia para prevenir crimes.

A informação também ajuda o governo e a sociedade, inclusive organizações não-governamentais e grupos organizados da sociedade civil, a buscar soluções.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, que recolhe dados sobre violência em 115 países, o Brasil sobre a causa de mortes que é comparável a dados da Europa. Mas muitos países do mundo não mantêm dados confiáveis.

Por conta dessa falta de informação é sempre difícil e perigoso fazer comparações. O que não é muito arriscado dizer é que, apesar da redução do número de homicídios no Brasil nos últimos três anos, o número de mortes ainda é simplesmente inacreditável.

Em 2006, sempre de acordo com os dados apresentados pela Ritla e baseados em dados oficiais do Datasus, foram mortas 46.660 pessoas no país – os dados de 2003 indicavam mais de 51 mil mortos.

O Brasil tem a quinta maior população do mundo, mas mesmo assim esse número de mortes para um país que não está em guerra aberta continua sendo difícil de conceber e compreender. A esperança é que mais informação leve a ações que ajudem a mudar essa realidade.

Aposta radical: Televisão híbrida

Categorias dos posts:

Edson Porto | 17:29, sexta-feira, 25 janeiro 2008

Comentários (4)

A ѿý 3, um dos canais de TV digitais da ѿý, vai radicalizar. A maior parte dos canais de televisão no mundo – inclusive os canais abertos da ѿý ou os canais brasileiros – tem apostado em colocar a sua programação da rede. Mas na maioria das vezes isso significa apenas poder assistir aos programas no computador e ponto.

O diretor do canal, Danny Cohen, disse nesta semana que sua ideia é passar a pensar e produzir o ѿý 3 de forma híbrida. Ou seja, ele vai ser produzido para a internet e para TV ao mesmo tempo.

O desafio não é pequeno, mas possivelmente a ѿý 3 é um dos canais de televisão do mundo com mais chances de se sair bem. O canal tem como missão ser o mais inovativo da empresa e, é bom que se diga, tem orçamento garantindo de 80 milhões de libras (uns R$ 290 milhões) por ano.

Um exemplo de programa será o Lily Allen and Friends (Lily Allen e Amigos). A idéia é que a cantora comande um programa de música e bate-papo em que as pessoas podem se registrar para participar, mandar vídeos e músicas, mandar perguntas ao vivo e em boa medida ajudar a fazer o programa, tudo pela rede.

O risco da empreita é fazer televisão de má qualidade e internet sem graça. Mas se der certo, a ѿý pode voltar a conquistar espaço entre os jovens, que estão debandando da televisão para vários outros meios e formas de entretenimento, dos games ao YouTube.

A pena é que dificilmente um canal de televisão privado, como a Globo, arriscaria tão alto para inovar. Afinal, onde é que iriam para os anúncios? A ѿý 3 tem a enorme vantagem de não ter que se preocupar com isso.

Em defesa das galinhas

Fernanda Nidecker | 16:05, sexta-feira, 25 janeiro 2008

Comentários (15)

A intensa campanha dos celebrity-chefs para mudar os hábitos alimentares do britânicos ganhou um novo capítulo neste início de ano.

Depois de revolucionar o cardápio das escolas públicas – que deixaram de servir frituras e hoje optam por refeições mais saudáveis - Jamie Oliver começou 2008 com uma proposta que visa “desafiar os britânicos a refletirem antes de comer”.

frangos203.jpg

Em vez dos tradicionais programas em que aparece muito à vontade brincando com ingredientes que, num passe de mágica, viram pratos requintados, o chef resolveu levar um drama às telas: a triste e breve vida dos frangos criados em confinamento (battery chicken, em inglês).

A camanha ganhou o apoio de Hugh Fearnley-Whittingstall, outro chef famoso por aqui. Juntos, eles mostraram como os frangos, com tempo médio de vida de 40 dias, ficam trancados em galpões, amontoados uns nos outros, 24 horas por dia.

Por não poderem circular livremente, muitas aves desenvolvem problemas de articulação e mal conseguem sair do lugar. Tudo o que fazem é comer, beber e defecar. E o contato permanente com as fezes muitas vezes causa ferimentos nos pés das aves.

Com a campanha, os chefs pretendem convencer os consumidores a comprarem apenas free-range chicken, que são os frangos criados soltos pela granja, livres para se locomover.

Mesmo sendo mais caros, dizem eles, a carne free-range é mais saborosa e o consumidor estará “respeitando o bem-estar dos animais que crescem e são mortos para nos alimentar”.

A iniciativa foi abraçada por instituições como a Sociedade Real para a Prevenção dos Animais, que criou uma petição online no para pressionar supermercados e restaurantes a reduzirem a compra de frangos criados em confinamento.

O esforço parece estar dando resultados. Essa semana, diversos jornais publicaram matérias comentando o aumento considerável na venda de free-range chicken.

Quem usa tudo isso?

Categorias dos posts:

Edson Porto | 18:08, sexta-feira, 18 janeiro 2008

Comentários (13)

Um dos maiores especialistas da ѿý em blogs e novas formas de jornalismo e comunicação eletrônica chama-se Robin Hamman.

Robin é uma dessas pessoas apaixonadas pelo que faz e que vive mergulhado em novidades eletrônicas (seu blog em geral é bem curioso: https://www.cybersoc.com/). A última vez que o vi ele estava brincando com o programa que permite que todos os seus passos sejam seguidos via satélite, em conexão com celular, e conferidos pela internet. Nem ele mesmo sabia por que estava usando o serviço e brincava que talvez fosse um pouco idiota abrir mão voluntariamente de sua privacidade.

A minha dúvida era mais prosaica: onde alguém que não seja um profissional da web em tempo integral, como ele, encontra tempo para descobrir essas coisas e, ainda mais, usá-las.

Embaixo de cada post que Robin coloca em seu blog ele oferece uma série de serviços que estão na web. O mais óbvio é o “envie este post por email” feito por um site chamado FeedBurner (https://www.feedburner.com). Mas a coisa não pára por aí.

Você pode salvar o post no Del.icio.us, procurar outros blogs e gente que fez referências ao post no Technorati (https://technorati.com/), compartilhar a informação no Digg (https://digg.com/login), guardar nos preferidos do Google, colocar no seu blog – também do Google –, acompanhar as conversas no Co.mments (https://co.mments.com/login), compartilhar tudo no Facebook (https://www.facebook.com/login.php) e até ouvir no Talkr (https://www.talkr.com/).

Mas tem alguém que realmente usa tudo isso? Eu me sinto confortável com o mundo eletrônico e vira e mexe brinco com algo novo, mas normalmente falta tempo e paciência para usar tanta coisa nova. Às vezes tenho a sensação que existe um universo pequeno de malucos criando e usando esse monte de ferramentas, enquanto a maioria observa e fica com a sensação de que está perdendo alguma coisa.

Claro que existe o risco de que eu esteja errado e já faça parte da minoria que está realmente perdendo alguma coisa…

É tempo de consumir

Andrea Wellbaum | 11:41, segunda-feira, 14 janeiro 2008

Comentários (6)

sales300.jpg

Diferentemente do Brasil, onde o Natal e o Ano Novo são a cerimônia de abertura de mais uma temporada deliciosa de verão, aqui as festas são um dos únicos pontos altos do inverno. Portanto, quando a época de festas termina, começa um período melancólico de hibernação.

Mas os habitantes do hemisfério norte encontraram uma forma bem feminina de afugentar a depressão: a temporada de liquidações! Tudo começa logo depois do Natal, dia 26 de dezembro, no chamado Boxing Day.

O nome sempre me intrigou. Outro dia ouvi uma explicação bastante condizente com a realidade atual: a troca de caixas (boxes) de presentes, ou seja, o dia em que você troca aquilo que não te serviu (em tamanho ou em gosto).

Mas a Wikipédia dá uma outra explicação para o Boxing Day, que dataria da Idade Média e seria o dia em que as pessoas mais abastadas dão presentes aos empregados ou às pessoas de classes sociais mais baixas. Porém, a prática parece ter sido totalmente esquecida numa das terras mais consumistas que conheço e atualmente todos estão muito mais preocupados em aproveitar o dia para dar presentes para si mesmo.

As "winter sales", no entanto, têm seus atrativos. E a abertura não está entre eles. Quando cheguei em Londres prometi a mim mesma que um dia eu enfrentaria o frio e a escuridão de uma madrugada do dia 26 só para participar daquele momento que TVs em todo o mundo exibem, de pessoas na porta de lojas de departamentos como Harrods e Selfridges correndo e se acotovelando entre o mar de gente para garantir bolsas e outros artigos de marcas caras (muitas vendidas posteriormente no eBay).

Levanto as mãos para os céus em agradecimento por meu espírito consumista não ter chegado a tal ponto e após quatro liquidações de inverno esta idéia 'de participar das manias londrinas' nunca mais ter passado pela minha cabeça...

Mas, vamos às vantagens: diferentemente do Brasil, a palavra liquidação realmente é levada ao pé da letra. Nada de anúncios de "descontos de até 50%" e entrar na loja e perceber que apenas a peça de roupa mais encalhada e horrível está pela metade do preço enquanto que todos os outros artigos têm descontos de no máximo 10%.

É na temporada de winter sales que tenho coragem de entrar em lojas que considero caras o ano todo e me dar ao luxo de comprar peças de qualidade por um preço que não desperta em mim o sentimento de ter sido explorada. Além disso, existem as irresistíveis barganhas: peças que custam três ou até quatro vezes menos do que custavam até o dia 24 de dezembro.

Até agora consegui me conter e nem passei perto das lojas (apesar de já ter comprado um casaco de frio pela metade do preço mesmo antes da temporada de liquidações, já que várias lojas andaram se antecipando nos descontos para aumentar as vendas de Natal), pois é praticamente impossível evitar a compra de algo desnecessário só pelo prazer de comentar com os amigos que você comprou por quatro vezes menos do que o preço original...

E quem acha que as liquidações se limitam a bolsas, sapatos e roupas está enganado. Para quem está montando ou redecorando a casa, lojas de móveis veiculam anúncios tentadores, como sofás de 999 libras por 499. Para quem quer preparar a lista de leitura para 2008, lojas de livros exibem descontos em grande parte das obras, incluindo best-sellers e lançamentos.

Até supermercados, como uma das maiores redes britânicas, o Tesco, propagandeiam produtos pela metade do preço. E para aqueles que resolveram aproveitar demais todos os descontos, os bancos também entram na onda, com imensos cartazes de "sales" em seus cartões de crédito e empréstimos.

As liquidações duram "até o fim dos estoques" ou normalmente até o fim de janeiro, sendo que os preços vão ficando cada vez menores (atualmente, os descontos já estão em 70%). E se nunca participei do começo das winter sales, sempre dou um pulinho nas lojas no final, já que é hora da "xepa" e o que sobrou pode não ser o objeto de desejo de muita gente, mas às vezes é justamente o que faltava no meu guarda-roupa. E por um preço inacreditavelmente irrisório!

Cidadão repórter no centro…do debate

Categorias dos posts:

Edson Porto | 20:22, quinta-feira, 10 janeiro 2008

Comentários (5)

A produção de notícias da ѿý em inglês – no Brasil mais conhecida por causa do canal de TV a cabo ѿý World – está passando por uma revolução. As operações jornalísticas em inglês da empresa, em todas as plataformas (TV, internet e rádio), estão sendo unificadas.

Isso significa que diferentes redações jornalística que a ѿý mantém, principalmente em Londres, ficarão fisicamente em um único lugar e vão trabalhar em conjunto.

No centro dessa redação, como explica o diretor da ѿý Peter Horrocks, vai ficar o time do “Conteúdo Gerado pelo Usuário”, ou UGC, como é conhecido na sigla em inglês – ou seja, o material produzido e enviado pelos usários. No Brasil, esse “usuário” é mais conhecido como o “cidadão repórter”, embora receba diferentes apelidos.

Para Horrocks, essa decisão mostra o quanto a ѿý como um todo tem dado importância crescente à relação com a sua audiência em todo o mundo, mas ele também pergunta quais são os limites dessa relação.

Um ponto óbvio mas difícil da discussão é até que ponto a empresa deve ou não mediar essa participação, em alguns momentos inclusive censurando mensagens em seus fóruns. A ѿý acha que em algum grau a mediação deve sempre ocorrer, mas em que grau é ainda objeto de grande debate.

Ainda mais polêmico é até onde permitir que essa relação influencie a decisão sobre o que é notícia, o que deve receber a atenção e os recursos de grandes empresas jornalísticas.

Por um lado, essa relação pode ser muito positiva na hora de conectar os jornalistas e as empresas jornalísticas com o que é de fato importante para o seu público e assim prestar um serviço melhor. Mas um ponto interessante é que o “público” e o “interesse público” sempre serão em alguma medida abstrações.

Normalmente, a parcela dos usuários que se manifesta em sites (ou jornais, rádios, revistas etc) é muito menor do que o total dos usuários – para o site da ѿý em inglês o cálculo é de menos de 1%. Ou seja, mesmo com toda a interação que a internet permite, o número de pessoas que se manifesta é mínimo e não representa o “público” de forma ampla.

Para Horrocks, no final das contas, os jornalistas profissionais podem e devem entender muito melhor o papel do nascente cidadão repórter e integrá-lo na produção para que todos se beneficiem. Mas ele também aposta que os jornalistas continuarão sendo necessários para tomar decisões editorias em nome de um público amplo e necessariamente abstrado.

Há muita gente pela internet que não acredita nisso e que prevê o fim ou a completa transformação da profissão e das empresas jornalísticas, que estariam na sua forma atual caminhando para a irrelevância.

Por motivos óbvios sou suspeito para opinar, mas aposto mais nas teses de Horrocks.

Tempo de mudança nos EUA

Categorias dos posts:

Rogério Simões | 16:02, sexta-feira, 4 janeiro 2008

Comentários (7)

obama.jpg
O ano de 2008 mal começou, e o jornalismo internacional já está repleto de crises e grandes coberturas. O assassinato de Benazir Bhutto, no Paquistão, foi seguido de uma crise política e humana no Quênia. E no país mais poderoso do planeta começou, oficialmente, mais uma corrida à Casa Branca.

Como de costume, a disputa presidencial nos Estados Unidos envolve fatores, personagens e sistemas pouco conhecidos do público em geral. Muitas dessas dúvidas podem ser esclarecidas no especial da ѿý Brasil sobre a campanha americana, que traz também reportagens e análises. Ainda não se pode saber exatamente que país emergirá na madrugada de 5 de novembro, quando o mundo conhecerá o sucessor de George W. Bush. Mas já podemos dizer que será um Estados Unidos diferente.

Muitos já se dizem certos de que a oposição democrata voltará a comandar a maior potência do mundo, após oito anos do republicano Bush. Mas tal "certeza" era comum também quatro anos atrás, quando, ao entrar em seu quarto ano de um trágico primeiro mandato, Bush parecia incapaz de se reeleger. Bush, no entanto, venceu o democrata John Kerry e deu razão aos que acreditavam que os Estados Unidos eram, agora, uma nação de direita, conservadora e religiosa em sua maioria. O Partido Republicano americano sabe vencer eleições presidenciais (triunfou em cinco das últimas sete) e ainda pode surpreender. Mas é interessante observar que, mesmo que um colega de partido de Bush assuma o seu lugar na Casa Branca, os Estados Unidos não devem ser os mesmos. Em política externa, economia, saúde pública, imigração etc, tudo deve mudar. Mesmo um novo presidente republicano saberá que os caminhos do governo de George W. Bush não podem ser novamente seguidos.

Essa mudança, na verdade, já começou. A segunda metade do segundo mandado de Bush presidente já está sendo significativamente diferente dos desastrosos seis anos anteriores. À frente do Departamento de Defesa, está Robert Gates, que é quase o oposto do antecessor, Donald Rumsfeld, tanto em forma como em conteúdo. Calmo e preciso em suas declarações, Gates adotou uma política muito mais prática, realista e humilde no Iraque do que a seguida anteriormente. Até agora, tem colhido bons frutos. No debate sobre aquecimento global, o mundo ainda engatinha. Mas o governo americano desistiu de dizer que o fenômeno tem causas naturais e foi forçado a aceitar um acordo na recente conferência de Bali.

Mudanças como essas devem se acentuar se o novo presidente for um democrata, seja Barack Obama (na foto acima), Hillary Clinton ou John Edwards, ou mesmo se vier do campo republicano, onde convivem, entre outros, o mórmon Mitt Romney, o ex-prefeito Rudolph Giuliani e o evangélico Mike Huckabee. A economia americana vive o temor de uma recessão, e a estratégia Bush de deixar tudo para o mercado (apelando para corte de impostos para que o consumidor conduza o país sozinho) não deve funcionar mais. Estamos em outros tempos, em que o poder do dólar é questionado diariamente, a expressão "guerra ao terrorismo" vai sumindo do noticiário, e os americanos não acham mais graça em brincar de potência imperialista no mundo islâmico.

Aguardem para ver os Estados Unidos como um país diferente a partir de 2009, quando começa o novo governo. Provavelmente a mudança será pequena, menor do que muitos gostariam e até imperceptível para os menos atentos. Mas o mundo, certamente, sentirá a diferença.

ѿý iD

ѿý navigation

ѿý © 2014 A ѿý não se responsabiliza pelo conteúdo de sites externos.

Esta página é melhor visualizada em um navegador atualizado e que permita o uso de linguagens de estilo (CSS). Com seu navegador atual, embora você seja capaz de ver o conteúdo da página, não poderá enxergar todos os recursos que ela apresenta. Sugerimos que você instale um navegados mais atualizado, compatível com a tecnologia.