A comida de rua na Malásia
Comida de rua, no Brasil e aqui em Londres, para mim sempre foi sinônimo de cachorro quente podrão, churrasquinho grego, pipoca e, no máximo, um milho verde cozido nas barraquinhas. Como não como frutos do mar, não dava para encarar nem um acarajé...
Sempre foi uma coisa para se comer meio desconfiada - tirando o milho e a pipoca, que foram fritos e fervidos e são feitos só de milho, "sem aditivos".
Mas para minha surpresa, em viagem recente de férias descobri que, na Malásia, a cultura é comida de rua mesmo. Não só os guias recomendam que você coma nessa barraquinhas, mas cada uma tem sua especialidade, oferecendo uma variedade enorme e, normalmente, reunidas num mesmo lugar para facilitar a vida do comensal, que ainda tem o luxo de se sentar a uma mesa em um café ou bar (meio botequim) que te oferece bebidas.
Penang, em particular, é a capital deste tipo de comida, chamada em inglês de "hawking" (em que os vendedores ambulantes saem apregoando seus produtos). Até nos hotéis de luxo, os restaurantes têm "estações" de comidas, em que vc pode escolher diferentes opções.
Experimentamos duas "praças de alimentação" diferentes, uma mais "de raiz", em uma esquina da cidade e frequentada pelos locais, onde a experiência foi fantástica e outra, perto de grandes hotéis, mais para turistas (mas com grande presença de locais).
Você vai investigando as barraquinhas, inspecionando o que cada uma delas oferece e escolhendo seu menu ali, ao vivo e a cores.
Começamos com um prato tÃpico, uma salada de frutas frescas e secas com um molho de melaço e amendoim e gergelim por cima. Esquisita, mas bem gostosa.
Depois, comi um macarrão com Wan Tan de porco - uma espécie de um ravióli chinês que pode ser frito ou cozido, que no caso, tinha os dois - junto com um caldo, ou brodo, delicioso.
Meu marido comeu um prato tÃpico que envolve macarrão, ovo, camarões, legumes e um monte de temperos. Tudo preparado em minutos, ali, na hora, na sua frente e uma delÃcia.
O mais impressionante é que nas ruas, no chão, não tinha qualquer sinal de restos de comida, ou o lixo normalmente deixado por essas barraquinhas. Os cachorros e gatos das redondezas eram todos magros, o que significa que não deve mesmo sobrar muito resto...
Penang é conhecida por sua fusão de comidas, em que as culinárias indiana, chinesa, tailandesa e malaia se encontram e se fundem.
Além das barraquinhas, há vários restaurantes bem populares como este da foto, tipo botecos mesmo, que servem apenas um prato ou especialidades de algum canto e reúnem os imigrantes.
Estão sempre movimentados e servem comida a qualquer hora do dia. Em muitos, já há vários pratos prontos, salgadinhos e etc, que podem ser vistos e escolhidos no balcão.
No bar, sucos de frutas frescas. E o que é melhor, tudo ao preço de dois amendoins e duas mariolas. Literalmente.
Com tanta escolha e riqueza de opções, segundo nosso motorista de táxi, ninguém cozinha em casa. "Talvez uma vez por semana, no sábado", disse ele.
Eu, que gosto de cozinhar e de comer, não sei se isso é bom ou ruim. Cozinhar e inventar é gostoso, mas comer pratos que eu jamais conseguiria reproduzir em casa, por um preço baixo, sem ter que limpar a cozinha depois, também é muito bom...
Ìý
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
Comida de rua bem que poderia ter outro nome: kamikaze!
Muito interessante saber que em todos os lugares do mundo temos comida à espera e saborosa e além de tudo não deixam um rastro de sujeira como costumamos ver por aqui.
Um modelo para o Brasil que certamente tornaria-se uma Malásia rápidamente vide blog acima.
Fiquei morrendo de vontade de comer um lamen com won ton! Que delicia!