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Arquivo para janeiro 2008

Em defesa das galinhas

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Fernanda Nidecker | 16:05, sexta-feira, 25 janeiro 2008

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A intensa campanha dos celebrity-chefs para mudar os hábitos alimentares do britânicos ganhou um novo capítulo neste início de ano.

Depois de revolucionar o cardápio das escolas públicas – que deixaram de servir frituras e hoje optam por refeições mais saudáveis - Jamie Oliver começou 2008 com uma proposta que visa “desafiar os britânicos a refletirem antes de comer”.

frangos203.jpg

Em vez dos tradicionais programas em que aparece muito à vontade brincando com ingredientes que, num passe de mágica, viram pratos requintados, o chef resolveu levar um drama às telas: a triste e breve vida dos frangos criados em confinamento (battery chicken, em inglês).

A camanha ganhou o apoio de Hugh Fearnley-Whittingstall, outro chef famoso por aqui. Juntos, eles mostraram como os frangos, com tempo médio de vida de 40 dias, ficam trancados em galpões, amontoados uns nos outros, 24 horas por dia.

Por não poderem circular livremente, muitas aves desenvolvem problemas de articulação e mal conseguem sair do lugar. Tudo o que fazem é comer, beber e defecar. E o contato permanente com as fezes muitas vezes causa ferimentos nos pés das aves.

Com a campanha, os chefs pretendem convencer os consumidores a comprarem apenas free-range chicken, que são os frangos criados soltos pela granja, livres para se locomover.

Mesmo sendo mais caros, dizem eles, a carne free-range é mais saborosa e o consumidor estará “respeitando o bem-estar dos animais que crescem e são mortos para nos alimentar”.

A iniciativa foi abraçada por instituições como a Sociedade Real para a Prevenção dos Animais, que criou uma petição online no para pressionar supermercados e restaurantes a reduzirem a compra de frangos criados em confinamento.

O esforço parece estar dando resultados. Essa semana, diversos jornais publicaram matérias comentando o aumento considerável na venda de free-range chicken.

É tempo de consumir

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Andrea Wellbaum | 11:41, segunda-feira, 14 janeiro 2008

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Diferentemente do Brasil, onde o Natal e o Ano Novo são a cerimônia de abertura de mais uma temporada deliciosa de verão, aqui as festas são um dos únicos pontos altos do inverno. Portanto, quando a época de festas termina, começa um período melancólico de hibernação.

Mas os habitantes do hemisfério norte encontraram uma forma bem feminina de afugentar a depressão: a temporada de liquidações! Tudo começa logo depois do Natal, dia 26 de dezembro, no chamado Boxing Day.

O nome sempre me intrigou. Outro dia ouvi uma explicação bastante condizente com a realidade atual: a troca de caixas (boxes) de presentes, ou seja, o dia em que você troca aquilo que não te serviu (em tamanho ou em gosto).

Mas a Wikipédia dá uma outra explicação para o Boxing Day, que dataria da Idade Média e seria o dia em que as pessoas mais abastadas dão presentes aos empregados ou às pessoas de classes sociais mais baixas. Porém, a prática parece ter sido totalmente esquecida numa das terras mais consumistas que conheço e atualmente todos estão muito mais preocupados em aproveitar o dia para dar presentes para si mesmo.

As "winter sales", no entanto, têm seus atrativos. E a abertura não está entre eles. Quando cheguei em Londres prometi a mim mesma que um dia eu enfrentaria o frio e a escuridão de uma madrugada do dia 26 só para participar daquele momento que TVs em todo o mundo exibem, de pessoas na porta de lojas de departamentos como Harrods e Selfridges correndo e se acotovelando entre o mar de gente para garantir bolsas e outros artigos de marcas caras (muitas vendidas posteriormente no eBay).

Levanto as mãos para os céus em agradecimento por meu espírito consumista não ter chegado a tal ponto e após quatro liquidações de inverno esta idéia 'de participar das manias londrinas' nunca mais ter passado pela minha cabeça...

Mas, vamos às vantagens: diferentemente do Brasil, a palavra liquidação realmente é levada ao pé da letra. Nada de anúncios de "descontos de até 50%" e entrar na loja e perceber que apenas a peça de roupa mais encalhada e horrível está pela metade do preço enquanto que todos os outros artigos têm descontos de no máximo 10%.

É na temporada de winter sales que tenho coragem de entrar em lojas que considero caras o ano todo e me dar ao luxo de comprar peças de qualidade por um preço que não desperta em mim o sentimento de ter sido explorada. Além disso, existem as irresistíveis barganhas: peças que custam três ou até quatro vezes menos do que custavam até o dia 24 de dezembro.

Até agora consegui me conter e nem passei perto das lojas (apesar de já ter comprado um casaco de frio pela metade do preço mesmo antes da temporada de liquidações, já que várias lojas andaram se antecipando nos descontos para aumentar as vendas de Natal), pois é praticamente impossível evitar a compra de algo desnecessário só pelo prazer de comentar com os amigos que você comprou por quatro vezes menos do que o preço original...

E quem acha que as liquidações se limitam a bolsas, sapatos e roupas está enganado. Para quem está montando ou redecorando a casa, lojas de móveis veiculam anúncios tentadores, como sofás de 999 libras por 499. Para quem quer preparar a lista de leitura para 2008, lojas de livros exibem descontos em grande parte das obras, incluindo best-sellers e lançamentos.

Até supermercados, como uma das maiores redes britânicas, o Tesco, propagandeiam produtos pela metade do preço. E para aqueles que resolveram aproveitar demais todos os descontos, os bancos também entram na onda, com imensos cartazes de "sales" em seus cartões de crédito e empréstimos.

As liquidações duram "até o fim dos estoques" ou normalmente até o fim de janeiro, sendo que os preços vão ficando cada vez menores (atualmente, os descontos já estão em 70%). E se nunca participei do começo das winter sales, sempre dou um pulinho nas lojas no final, já que é hora da "xepa" e o que sobrou pode não ser o objeto de desejo de muita gente, mas às vezes é justamente o que faltava no meu guarda-roupa. E por um preço inacreditavelmente irrisório!

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