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Arquivo para março 2008

Vai uma sanguessuga aí?

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Ilana Rehavia | 14:14, quarta-feira, 26 março 2008

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_44515655_demi_getty.jpgLi agora há pouco no site em inglês da que a atriz Demi Moore se submeteu a um tratamento bizarro para se desintoxicar: sanguessugas!
Sei que o tratamento é usado há séculos, e que as bichinhas têm seu valor anticoagulante. Mas a idéia de ter uma sanguessuga passeando pela minha barriga até encontrar o lugar mais promissor para dar sua dentada me soa como um pesadelo daqueles bem cabeludos. Prefiro pegar leve na cerveja, tomar chá verde e sopa de vegetais. Ou continuar intoxicada. Mas confesso que fiquei curiosa… alguém aí já foi "sanguessugado"? É tão horrível quanto soa?

De bicicleta...

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Ilana Rehavia | 13:57, segunda-feira, 24 março 2008

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Após resistir bravamente durante anos, eu finalmente me rendi e comprei uma bicicleta. Pedalar faz sentido aqui em Londres, uma cidade plana onde o trânsito acomoda os ciclistas relativamente bem. O fato de que obras no meu caminho aumentaram para quase uma hora minha jornada de ônibus para a ÃÛÑ¿´«Ã½ (mesmo tempo que levo quando venço a preguiça e venho caminhando) também ajudou na minha decisão.
Comprei a dita cuja no sábado e minha primeira jornada (da loja até minha casa) já foi uma prova de fogo, em meio à neve fora de época e à ventania de sempre. Aproveitando o feriado, hoje vim para a ÃÛÑ¿´«Ã½ de bicicleta pela primeira vez. Confesso que os ônibus assustaram um pouco, mas as ruas estavam bem vazias e a viagem transcorreu sem maiores percalços. O melhor? Demorou apenas 25 minutos! Amanhã é dia normal e será minha real prova de fogo, em meio aos carros e ônibus e outros ciclistas…desejem-me sorte!

A 'nova' letra de 'Ãguas de Março'

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Thomas Pappon | 11:03, quinta-feira, 20 março 2008

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Quem assiste TV em Londres já deve ter notado o comercial classudo da British Gas, com uma mulher cantando o que parece ser uma versão em inglês de Ãguas de Março, de Tom Jobim.

Assistindo ao pela quarta ou quinta vez, pesquei alguns fragmentos da letra, tipo “it’s someone on call†(“é alguém de plantãoâ€), na cena em que aparece uma telefonista em close, e “it’s a moment for me†(“é um momento para mimâ€), quando uma mulher relaxa em uma banheira.

Até aí, tudo bem. Na minha cabeça de fã e pesquisador amador dos meandros da bossa e MPB, supus que a versão deveria ser de um Ray Gilbert ou Gene Lees da vida, distante do original e adaptada ao gosto americano.

Mas a letra parecia encaixar bem demais no comercial - um apanhado dos vários serviços oferecidos pela gigante do setor de energia.

Fui investigar e minhas piores supeitas se confirmaram. Um dos grandes clássicos da música brasileira foi arrendado, teve sua letra trocada, enfim, para pontilhar um comercial de TV britânico.

A original em inglês de Waters of March, do jeito que foi gravada por Al Jarreau, Art Garfunkel, David Byrne, Cassandra Wilson e mais um monte de gente boa, foi feita pelo próprio Tom.

Deve ter dado um trabalho dos diabos: Tom manteve o ritmo e o tema (natureza, ciclo de águas) da letra em português e substituiu todos os nomes de bichos, plantas, lugares e elementos folclóricos. A letra em inglês é enorme, tem 50 versos e quase nenhum se repete. Tudo isso foi para o lixo.

A letra que se ouve no comercial é essa:

A drip a drop
A fresh fall of snow
Icy air, a breath
A flow
It's a moment for me
A rig in the sea
It’s heat in a hall
A lesson at school
It’s someone on call
A load off your mind
It’s a thousand little moments
that we have today

Minto. “A drip, a drop†tá na letra do Tom. Agora “uma plataforma de petróleo no marâ€, “é aquecimento no salãoâ€, “é alguém de plantãoâ€, não dá, né? Isso aqui é “Ãguas de Marçoâ€, pô, eleita por 200 especialistas ouvidos pela Folha de São Paulo em 2001 como a melhor de todas as músicas feitas no Brasil.

Um patrimônio cultural, tão importante quanto, sei lá, Congonhas do Campo ou o quadro Abaporu. Deveria ser protegido e tombado, e não violado por um trocado, por melhor e bem-vindo que fosse.

Imagine um produtor de frango no Brasil usando Eleanor Rigby em um comercial de TV, com letra falando de “carne macia†e “coxinha congeladaâ€. “A rig in the sea†é o escambau!

Estou certo?

A moda e a política

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Ilana Rehavia | 17:03, terça-feira, 18 março 2008

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Uma publicada no jornal dominical Observer me chamou a atenção. Intitulada “As mulheres francesas conseguem ser chiques e sérias. Porque nós não?â€, a coluna falava sobre como as políticas francesas se vestem bem sem que isso seja considerado um sinal de superficialidade ou algo do tipo. E também como a França sabe apreciar a beleza de uma mulher mais madura. E como, ao contrário, as inglesas na política são…bem…menos chiques e como não se preocupar com a aparência é visto quase como um sinal de inteligência para as deputadas e ministras daqui.

Fiquei pensando em como é isso no Brasil…como estou aqui na Inglaterra há alguns anos, fiquei meio por fora do assunto “como se vestem as políticas brasileiras e como isso é visto pelo resto da sociedadeâ€. Qual a opinião de vocês sobre isso? O Brasil está mais para França ou Inglaterra?

(A ministra da Justiça francesa Rachida Dati e a ministra dos Transportes britânica Ruth Kelly)

ministras.jpg


A rádio, a cidade e os passarinhos

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Pablo Uchoa | 12:40, terça-feira, 11 março 2008

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Uma rádio que, em vez de música, toca o canto dos passarinhos está atraindo "dezenas de milhares" de ouvintes em Londres.

E eu, que me achava mal da cachola porque gostava de perder umas horas observando os passarinhos na cinzenta São Paulo.

Lá, na paulicéia, algum banco de praça no verde Alto de Pinheiros, ou na minha querida Vila Madalena, servia de descanso para os olhos metidos no corre-corre da hora do almoço. (Quem se interessar, leia esta ).

Aqui, descobri a rádio Birdsong por acaso, quando escaneava sinais com meu recém-comprado aparelhinho de rádio digital, que substituiu o de pilhas, antigo companheiro, que ficou por aí em algum canto deste planeta.

Diz o Daily Telegraph que a Birdsong nasceu há apenas dois meses, substituindo a antiga rádio OneWord. A trilha sonora consiste de gravações feitas em 1992 no jardim do presidente do grupo Digital One, Quentin Howard, em Wiltshire, relata o jornal.

Entre os sons que costumavam preencher a freqüência da rádio Classic FM há 16 anos, um ouvinte chegou a identificar 12 tipos de cantos de passarinhos.

Neste país em que observar passarinhos é um hobby sério, com direito a inúmeros programas de televisão, alguém chegou a comparar a trilha sonora da rádio Birdsong a outro clássico da rádio britânica – o não menos hipnótico boletim do tempo para navegadores, o Shipping Forecast da ÃÛÑ¿´«Ã½.

Adepto ocasional do hipnotismo do Shipping Forecast para dormir, não resisti e sintonizei a Birdsong em pleno congestionamento certo dia. Fechei os olhos e deixei-me imaginar em uma rede rodeada de palmeiras, onde o zum-zum do exterior virasse apenas o pano de fundo de umas merecidas férias.

Confesso, às seis horas da tarde, era melhor que o walkman do sujeito ao lado ligado no último volume.

Imaginei que na mesma hora talvez estivessem fazendo o mesmo "dezenas de milhares" de pessoas que o Telegraph definiu como "urbanóides sedentos por um gostinho do interior", nesta Londres onde não haverá um palmo de terra inaproveitado.

Infelizmente, como o solo, o ar de Londres também não pode se dar ao luxo de ficar à margem desta potente máquina capitalista. Como a rádio Birdsong não é comercialmente viável – qual o sentido de colocar ²¹²Ôú²Ô³¦¾±´Çs numa rádio deste tipo? –, mais dia, menos dia sairá do ar, alertou Quentin Howard.

Talvez se repitam as mesmas reclamações de ouvintes que protestaram quando os cantos de passarinhos saíram do ar da rádio Classic FM em 2005. Ou quem sabe estes ouvintes se conformem com que viver na metrópole tem lá o seu preço.

No fundo, nada para um urbanóide vicia mais que cidade, Londres, São Paulo, Caracas, Mumbai ou Tóquio, passarinhos à parte.

Mais uma da série "coisas de Londres"...

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Ilana Rehavia | 14:58, quarta-feira, 5 março 2008

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Ontem pela primeira vez fui ao "Clube do Filme Ruim", um evento mensal que acontece em um dos cinemas do Barbican (um centro cultural bem bacana daqui).
A idéia basicamente é passar um filme daqueles bem ruins, com comentários ao vivo feitos por dois comediantes. Além disso, eles usam aquelas canetinhas laser para chamar a atenção para elementos particularmente interessantes, como extras engraçados no fundo de uma cena.
O filme deste mês foi "Glitter - O Brilho de uma Estrela", com a cantora Mariah Carrey.
Antes do começo da sessão, foram distribuídos brinquedos sonoros para a platéia, como chocalhos e apitos. Durante o filme, todo mundo se empolgou, fez barulho nas partes mais "sem noção" e interagiu com os comediantes.
Passei duas horas rindo sem parar. O filme do mês que vem será "Comando para Matar", com Arnold Schwarzenegger. Imperdível!

mariah-carey---glitter.jpg
(Foto divulgação)

Uma obsessão e o apartamento multimilionário

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Iracema Sodre | 15:42, segunda-feira, 3 março 2008

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Os britânicos admitem que, por aqui, ter a sua própria casa ou apartamento é uma obsessão nacional.

As vitrines das agências imobiliárias (aparentemente há uma em cada esquina. Só no “village†onde eu moro são quase dez) vivem cheias de gente olhando as fotos e os detalhes das propriedades, que para os padrões brasileiros são ridiculamente caras.

Na grande Londres, o preço médio das propriedades colocadas à venda é de 356 mil libras (quase R$ 1,2 milhão). E isso porque no último trimestre houve uma queda de 5,7%.

Mas, graças a uma economia forte e uma certa facilidade de se conseguir crédito, as pessoas continuam comprando casas. E reformando. E vendendo. E comprando casas de praia.

Park-view.jpg

Nos últimos anos, a grande moda é investir no exterior. Há tantos britânicos dispostos a gastar suas libras comprando casas no sul da França, da Espanha, de Portugal ou onde quer que o sol brilhe, que os mercados nesses lugares acabaram ficando inflacionados também.

Agora, eles tentam descobrir lugares com “potencialâ€, onde os preços ainda têm para onde subir, como Croácia, Romênia…

A obsessão é refletida nos programas de televisão: Escape to the Country; Changing Rooms; ÃÛÑ¿´«Ã½s Under the Hammer; Relocation, Relocation; A Place in the Sun; Property Ladder. E estes são apenas alguns dos que eu me lembro, assim, de cabeça.

Agora, parece que Londres também vai ter o apartamento mais caro do mundo. O candidato é a cobertura de um prédio que está em construção e que, além da vista envidraçada para o Hyde Park, deve contar com ar purificado, “panic rooms†(onde os endinheirados podem se proteger em situações de risco) e janelas à prova de balas.

Nos prédios do One Hyde Park, com conclusão prevista para 2010 (Simulação na foto acima), vai haver um spa, quadras de squash e uma sala exclusiva para degustação de vinhos.

E o preço da cobertura, especula-se, pode chegar à bagatela de 100 milhões de libras. Perto de meio bilhão de reais. Haja dinheiro.

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