A cozinha do futuro
Queria aproveitar algumas informações interessantes pescadas na matéria da revista GoodFood que mencionei no post anterior e em outras fontes recentes.
É que achei fascinante as tais previsões sobre o que o futuro nos reserva na cozinha e nos supermercados - e nem conhecia a ciência de prever novos rumos em nossos hábitos alimentares analisando fatores como mudanças climáticas e movimentos migratórios.
No post passado vocês viram, por exemplo, que a chegada em massa de etÃopes, somalis, poloneses e brasileiros a Londres pode levar redes de supermercados locais a ampliar a venda de produtos ou ingredientes tÃpicos usados nesses paÃses - o que refletirá nos hábitos alimentares dos ingleses.
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Os especialistas também preveem que carne vai ser consumido cada vez menos por causa da preocupação cada vez maior com meio ambiente - vacas e ovelhas são notórios emissores de gás metano.
As verduras avançam e tomam conta, como no clássico britânico The Day of The Triffids. Não sei se vocês que moram em Londres notaram, mas a oferta de berinjela e pimentões britânicos aumentou, em parte porque esses legumes - que antes vinham de paÃses mediterrâneos - agora estão sendo plantados por aqui mesmo, em estufas com tecnologias que consomem menos água.
E vamos ter por aqui mais vegetais exóticos, pois muitos deles 'dão bem' em solo inglês e usam pouca água. A União Nacional dos Fazendeiros britânicos prevê que pak choi (verdura asiática que acho uma delÃcia) e meu querido quiabo serão cada vez mais plantados no paÃs.
Outra tendência interessante: cada vez mais britânicos consumirão verduras plantadas no jardim. Não necessariamente por razões econômicas, mas mais em função de um novo modo de vida, aparentemente mais em sintonia com o meio ambiente.
O fato de as escolas em Londres estarem mais e mais ensinando crianças a plantar - e da disciplina Food Technology (Tecnologia Alimentar) estar prestes a virar obrigatória -, deve ajudar nisso.
E finalmente, as pessoas também vão comer menos fora e mais em casa. E aqui entram fatores como avanços tecnológicos, o surgimento de fogões mais eficientes, que consomem menos energia, facilitam o trabalho na cozinha e tiram proveito de uma ferramenta que - para mim pelo menos - se tornou imprescindÃvel: a internet.Â
Na foto ao lado está uma mesa, ou melhor, um hÃbrido de mesa, fogão elétrico e worktop, desenhado pela gigante sueca Electrolux. O Rendezvous, ainda sem planos de lançamento, combina o prazer de comer e fazer comida com ferramenta de socialização e entretenimento.
A superfÃcie da mesa interage com eletrodomésticos sem usar fio e sensores 'detectam' panelas, ou seja, elas serão aquecidas onde tiverem sido colocadas.
A mesa também é um chefe virtual, que guia o cozinheiro através de uma receita, mostrando cada passo a ser seguido, como num GPS.
É um conceito que segue a tendência de ver a cozinha cada vez mais com um dos principais centros de convivência e - porque não? - diversão da casa.
Um parêntese final. Chamem-me de tradicionalista, mas o fato é que não gosto de fogão elétrico. Fico desbundado mesmo é com os fornos a lenha que vejo em restaurantes de beira de estradas lá em Minas. Pena que esse trem seja complicado de ter lá em casa. Fico numa boa, portanto, com o fogão a gás.
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
Desculpe-me se mudo de mala a saco, mas o que me desbundou mesmo foi a raposinha no jardim da casa da minha amiga em Kilburn. Não sou nem cruzeirense para ficar assim radiante com a visão da raposa.