Três estrelas
Entre os vários fenômenos que marcaram a passagem da primeira década do novo milênio aqui na Inglaterra tem um que acompanhei mais ou menos de perto: a explosão dos celebrity chefs.Ìý
Quando cheguei aqui, no final dos anos 90, não era assim. Hoje, chefs britânicos são tão conhecidos como jogadores de futebol.
O Jamie Oliver, por exemplo, é tão famoso que foi capaz de causar uma revolução nacional na merenda escolar por causa de uma série de TV e tem sua própria revista bi-mensal, a Jamie Magazine.
Delia Smith e Nigela Lawson vendem livros aos milhões, e programas de TV como os de Heston Blumenthal, por exemplo, reencenando banquetes da Roma antiga ou da era Vitoriana, causam sensação.
Aliás, na TV, os chefs são onipresentes. Programas como Master Chef, F Word, Hell's Kitchen, River Cottage, Ready, Steady & Cook, Hairy Bikers e Nigela Express, são modelos de como ensinar e entreter ao mesmo tempo.
Tento sempre assistir ao Saturday Kitchen da ÃÛÑ¿´«Ã½ 1, todo sábado, das dez ao meio-dia. Os caras cozinham vários pratos de tudo que é canto ao vivo no estúdio e trazem pérolas do arquivo da ÃÛÑ¿´«Ã½, como por exemplo o lendário - e recentemente falecido - Keith Floyd em uma tribo africana, assando um porco selvagem inteiro para o rei.
Mas chega de 'contexto'. Quero dar um pitaco pessoal e nomear meus três chefs favoritos. Te cuida, Michelin, aqui vão os 'três estrelas' do Thomas.
1. Hugh Fearnley-Whittingstall (foto) - Ele tem pinta de nerd ou hippie inofensivo, mas não tem nada de paz e amor quando o negócio é abater uma ovelha ou um filhote de porco de sua própria fazenda. Ele gosta de acompanhar a saga dos alimentos rumo à mesa desde o começo - da plantação, do abatedouro ou do mar. Aprendi horrores com ele. É dele uma receita de um ao vinho que faço todo Natal.Ìý
2. Rick Stein - O rei dos frutos do mar. Só de vê-lo numa cozinha ou num barco fico com fome. Conhece a costa britânica como ninguém e manja pacas de cozinha asiática e francesa.
3. Jamie Oliver - Fiquei fã dele por causa da receita de na GoodFood, que já mencionei neste blog. É a mãe das tortas tÃpicas inglesas, um prato digno para impressionar a famÃlia ou amigos no Brasil. Com ele, aprendi a gostar de lamb, carne de carneiro, que eu detestava. Hoje considero lamb rack, uma parte especÃfica das costelas do carneiro, uma das carnes mais nobres que conheço. E o cara mandou muito bem no programa sobre a merenda escolar. Respeito.
Menções honrosas: Nigela Lawson (a volúpia na cozinha - ou seria a cozinha da volúpia?) e Keith Floyd (na foto ao lado, o mais excêntrico de todos, engraçado, cortês, sempre enchendo o caco).
O curioso é que o número de celebrity chefs na Grã-Bretanha parece ser fora de proporção, tendo em vista a tradição gastronômica modesta dos ingleses. Mas talvez esse fenômeno em particular seja um sintoma, um sinal talvez, de outro fenômeno mais incipiente: de que o paÃs esteja passando por uma revolução gastronômica sem precedentes.
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
Acho o máximo o fenômeno dos celebrity chefs! Eles são verdadeiros artistas,talentosos e merecem todo esse reconhecimento e popularidade! Divertem e levam algo de muito útil a vida das pessoas! Desde mudanças pequenas como ensinar alguém a mudar seu cardápio cotidiano,cozinhar pra famÃlia,etc.,até outras altamente significantes como a revolução maravilhosa de Jamie Oliver nas merendas escolares!